por Benndorf Research
A inflação da Zona do Euro deve subir para 2,5% em janeiro de acordo com dados da prévia, acelerando marginalmente em relação aos 2,4% anteriores. Na comparação mensal, o índice tende a apresentar deflação de 0,3%. Já o núcleo da inflação apresentou variações de -1% m/m e 2,7% a/a.
Entre meses, a variação mais expressiva veio da energia (2,9%), que continua sendo impactada pelo fim do acordo de fluxo de gás russo pelo território ucraniano. Além disso, os alimentos, álcool e tabaco (0,6%) também avançaram. Por outro lado, os serviços (-0,2%) e os bens industriais não energéticos (-2,4%) ficaram com variações negativas e foram responsáveis pelo resultado final.
Em comparação com janeiro do ano passado, os serviços (3,9%) continuam com a maior variação, seguidos pelos alimentos, álcool e tabaco (2,3%), energia (1,8%) e bens industriais não energéticos (0,5%). Aqui destacam-se os serviços, que seguem estáveis há vários meses, e a energia, que continua em trajetória ascendente.
A deflação de janeiro pode ser um reflexo da queda da demanda pós festas de fim de ano, mas o recuo expressivo dos bens industriais não energéticos chama a atenção e pode sinalizar uma desaceleração mais forte do setor secundário. De todo modo, reforçamos a tendência de retomada da inflação em 2025 em adição ao cenário de crises políticas no bloco, o que deve contribuir para manter o BCE cauteloso e reitera a possibilidade considerável de recessão da UE em 2025, algo que deve prejudicar o desempenho dos índices acionários.