O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira (02), impulsionado por um otimismo dos investidores após a divulgação do payroll de agosto dos Estados Unidos, que indicaram uma possibilidade de uma postura menos agressiva (hawkish) do Fed no aperto monetário. O maior apetite pelo risco pode ser observado no volume de negociações de R$ 37,7 bilhões, consideravelmente acima dos valores registrados nos últimos dias.
Apesar do recuo das bolsas de Nova York, pela visão de que o aumento na taxa de desemprego registrada em agosto não será suficiente para conter o ímpeto do Fed, o Ibovespa mais uma vez se “descolou” e avançou, impulsionado por condições domésticas consideradas positivas, como a estabilidade de juros, a deflação registrada nos últimos meses e o crescimento do PIB.
O dólar fechou em queda ante o real, acompanhando o movimento da moeda no mercado internacional. A provável postura menos hawkish do Fed, diante do otimismo do mercado com o payroll de agosto, fez com que a moeda americana perdesse fôlego.
📊 Ibovespa 110.864,24 pontos (+0,42%)
💰 Volume R$ 37,7 bilhões
💵 Dólar R$ 5,1848 (-1,02%)
O setor de construção registrou bom desempenho hoje, com alguns dos papéis figurando entre as maiores altas do dia, em meio a um otimismo dos investidores influenciado pelos dados relativos à contratação e extensão de prazos para financiamento de 30 para 35 no programa federal Casa Verde e Amarela, divulgados ontem pela Caixa. Além disso, a queda dos juros futuros também impulsionou papéis como os da Eztec (EZTC3) e Cyrela (CYRE3), com 8,42% e 7,86%, respectivamente, enquanto a JHSF (JHSF3) e a MRV (MRVE3) avançaram 8,28% e 8,14%.
A Braskem (BRKM5) avançou 6,84%, diante de rumores que a J&F, dona da JBS (JBSS3), estaria interessada na compra de 100% do capital da companhia. Apesar do desempenho positivo, a tendência no setor foi de queda, na esteira da queda de 2,84% da cotação do minério de ferro em Dalian. A CSN (CSNA3), a CSN Mineração (CMIN3) e a Vale (VALE3) recuaram 1,11%, 1,11% e 1,52%, respectivamente.
A B3 (B3SA3) também figurou entre as maiores altas, com 4,46%, em meio a uma melhora na atividade econômica, que deve abrir mais espaço para IPOs e follow-ons, elevando as perspectivas para a companhia.
O IRB Brasil (IRBR3) despencou mais uma vez e liderou as quedas do pregão, com 12,86%. A resseguradora firmou, após o fechamento de ontem, o preço de R$ 1,00 por ação em sua oferta pública, com desconto de 50% em relação ao valor previsto quando a operação foi anunciada, que era de R$ 2,01. O papel chegou a cair mais de 20% pela manhã.
O setor de varejo também registrou queda hoje, com Americanas (AMER3) e Petz (PETZ3) se destacando entre as maiores recuos do índice, com 4,14% e 3,88%, respectivamente. Bruno Komura, da Ouro Preto Investimentos, avalia que “parece um movimento de correção, porque o fluxo continua forte para as blue chips mais líquidas e de maior representatividade no índice”. Além disso, ainda há um cenário global de incertezas, o que costuma pressionar papéis de varejistas.
⬆️ Maiores Altas do Ibovespa
🟢 EZTC3 +8,42%
🟢 JHSF3 +8,28%
🟢 MRVE3 +8,14%
⬇️ Maiores Baixas do Ibovespa
🔴 IRBR3 -12,86%
🔴 AMER3 -4,14%
🔴 PETZ3 -3,88%
(Com Agência Estado e BDM Online)