Carência do FMP da Eletrobras terminou; vale a pena migrar para outro fundo?

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Quem aderiu ao Fundo Mútuo de Privatização (FMP) da Eletrobras [ELET6] com recursos do FGTS está livre para realocar o capital investido a partir desta quarta-feira (14). O período de permanência obrigatória no fundo terminou ontem, seis meses após a oferta subsequente de ações que marcou a diluição da fatia do governo na companhia. 

Entre as opções disponíveis, os FMPs carteira livre oferecem diversificação de portfólio. De acordo com a XP Asset, gestora de fundos da corretora de mesmo nome, fundos dessa categoria podem ter exposição, além de ações, fundos de índice e derivativos, assim como renda fixa. 

A composição da carteira fica a cargo de um gestor profissional – pra Beto Saadia, planejador financeiro e especialista em alocação e fundos de investimentos da BRA BS/, a maior vantagem do investimento em um fundo carteira livre. “A segunda grande vantagem é você ter uma carteira realmente diversificada, esse fundo pode ter entre 15 a 20 ações de diferentes setores”, completa.

Fundos Mútuos de Privatização exigem alocação mínima de 51% em ações. Dessa forma, o percentual máximo de alocação em renda fixa possível é 49%, explica Beto. FMPs do tipo balanceado seguem à risca essa divisão percentual. 

Há ainda os fundos de migração, os quais são 100% alocados em um único ativo, tal como o FMP da Eletrobras. A XP Asset recomenda avaliação criteriosa do objetivo de uso dos recursos do FGTS e do perfil pessoal de risco para a tomada de decisão sobre investir com o saldo. 

“Os recursos alocados em FMP têm horizontes de investimento de longuíssimo prazo, podendo passar muitos anos ou décadas até que o investidor resgate essa posição”, comentaram os analistas em relatório. 

Introduzidos no mercado brasileiro em 1990, os FMPs foram utilizados pela primeira vez em uma capitalização da Petrobras e, posteriormente, na terceira etapa do programa de privatização da Vale. Tanto o fundo monoativo da VALE quanto do fundo carteira livre da XP (XP Investor FIA) apresentaram desempenho superior ao Ibovespa no acumulado desde 2006.

Comparativo de FMPs com Ibovespa, de setembro de 2006 a setembro de 2021. [Fonte: XP Asset/Quantum Axis]

A possibilidade de remanejamento dos recursos não significa que manter o capital do FGTS alocado nas ações da Eletrobras é mau negócio. “É inegável que também é considerado por muitos gestores que ter ações de Eletrobras é um bom investimento”, exclama Beto Saadia. 

A companhia elétrica, prossegue o especialista, se encontra em um processo de enxugamento de custos subsequente à capitalização. “Agora”, sugere, “por que não migrar para uma carteira mais diversificada?”. Na visão de Beto, vale mais a pena manter os recursos do FGTS sob gestão profissional e, em caso de interesse real pela Eletrobras, adquirir ações da companhia no mercado à vista. 

Beto Saadia reforça a preferência pelos fundos carteira livre ao descrever o perfil dos investidores do FMP da companhia elétrica. “É bem verdade que muita gente que fez essa migração do saldo do FGTS para Eletrobras não fez porque gostava necessariamente de Eletrobras”. Afinal, os fundos eram a única alternativa ao rendimento de 3% ao ano disponibilizado pela Caixa Econômica. 

A quem não entrou em um dos FMP disponibilizados até agora, finaliza o especialista, resta esperar a próxima desestatização.

 

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