Dinheiro público financiando ditaduras, Amazônia sendo vendida à luz do dia e um navio terrorista fazendo festa no Rio de Janeiro.

Brasília (DF), 10/03/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial, no Palácio do Planalto.

DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.

Gostaria de começar este texto lembrando três bandeiras muito importantes levantadas por Lula na campanha e que foram fundamentais para sua vitória nas urnas: respeito à democracia, respeito ao meio-ambiente e respeito às mulheres e a todas as minorias. Relembradas essas três bandeiras, vamos aos fatos.

Primeiro Ato

Nos primeiros dias de mandato, o governo Lula anunciou, com grande festa, que o Brasil financiaria, com dinheiro público, um gasoduto com altíssimo impacto ambiental na Argentina. Mais uma vez, o BNDES daria dinheiro público para países insolventes e regimes ditatoriais.

Segundo Pedro Côrtes, professor titular do Instituto de Energia e Ambiente da USP, a técnica argentina usada para extrair o gás de xisto é altamente poluente. “Injetam gás no subsolo para forçar o gás sair e, quando usa esse processo, polui todo o subsolo. É muito danoso ao meio-ambiente”.

Segundo Ato

Há poucos dias, o secretário norte-americano John Kerry esteve no Brasil, a convite da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para falar sobre aportes no fundo Amazônia, um fundo que existe supostamente para financiar ações de preservação na região amazônica.

É muito curioso que, sempre que um país faça uma doação para o fundo, uma autoridade internacional pontue que a Amazônia é um território internacional que pertence a todos. Não foi diferente dessa vez. John Kerry disse com todas as letras que a Amazônia não pertence ao Brasil, mas ao mundo!

O que me parece é que o chamado “primeiro mundo” opera um consórcio multinacional onde cada país contribui com uma quantia que é usada para comprar influência em regiões de interesse futuro. Eles não preservam nada por lá, mas pagam para mantermos o território inexplorado por aqui, porque são muito bonzinhos! Há quem acredite! Eu não nasci ontem! A África que o diga: o “mundo civilizado europeu” deixou um rastro de exploração por lá que deveria nos servir de exemplo.

Terceiro Ato

Mais recentemente, sem nenhuma justificativa plausível e para o espanto da comunidade internacional, o Brasil autorizou a permanência no porto do Rio de Janeiro de dois navios de guerra iranianos, um país antidemocrático que ainda hoje apedreja mulheres até a morte, e, como se não fosse suficiente, ainda deram uma festa a bordo com a presença de autoridades brasileiras.

O apedrejamento de mulheres no Irã é um ato desumano e inaceitável. Essa forma de punição é usada principalmente em casos de adultério e pode ser aplicada mesmo sem evidências concretas. As mulheres são especialmente afetadas por essa política de repressão, que viola seus direitos humanos fundamentais.

Além disso, o Irã é apontado como um dos maiores financiadores do terrorismo no mundo, tendo sido acusado de produzir armas de destruição em massa e participar de alguns atos que relembro abaixo:

Ataque à embaixada dos EUA em Beirute (1983): O grupo xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, realizou um ataque suicida com um caminhão-bomba contra a embaixada dos Estados Unidos em Beirute, matando 63 pessoas, incluindo 17 americanos.

Ataque ao centro cultural judaico em Buenos Aires (1994): Um carro-bomba explodiu em frente ao centro cultural judaico AMIA, matando 85 pessoas e ferindo mais de 300.

Atentado à Torre Khobar (1996): Um caminhão-bomba explodiu em frente à Torre Khobar, um complexo residencial para funcionários da companhia petrolífera norte-americana em Dhahran, na Arábia Saudita, matando 19 americanos e um saudita.

Ataques contra tropas dos EUA no Iraque (2003-2011): O Irã apoiou várias milícias xiitas no Iraque que realizaram ataques contra as forças dos EUA durante a ocupação do país.

Atentado ao ônibus de turismo em Burgas (2012): Um ataque com bomba em um ônibus de turismo em Burgas, na Bulgária, matou seis pessoas e feriu mais de 30.

Impactos econômicos e o voo de galinha:

Analisando os três atos, podemos ter uma ideia de como será conduzida a política externa do Brasil nos próximos anos.

Fica claro que não estamos nos alinhando a nenhum bloco relevante, não estamos fazendo acordos que nos industrializem nem assumindo o protagonismo do que quer que seja. Dólares? Só virão para aproveitar as altas taxas de juros, jamais para investimentos!

PIB? Sem exportações de produtos industrializados e integração às cadeias de produção internacionais, estamos reféns das commodities e um novo boom pode não acontecer.

O que nos resta é o famoso voo de galinha. Com a imprensa paga para dizer que está tudo bem, todos acabamos achando que finalmente vamos decolar e fazer um belo voo. Mas não há fundamentos e, como toda galinha rechonchuda, duramos pouco tempo no ar e sempre acabamos nos esborrachando no chão.

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