A BRF [BRFS3] repercutiu nesta segunda-feira (16) a notícia de que a Marfrig [MRFG3] aumentou para 45% a participação na companhia. O frigorífico de Marcos Molina já havia crescido a fatia na BRF duas vezes em setembro – de 33,3% para 35,7% e, depois, para 40%.
De acordo com Max Bohm, estrategista de ações da Nomos Investimentos, não será necessária uma nova oferta subsequente, como a realizada pela BRF em junho, uma vez que o poison pill da companhia foi alterado no início do segundo semestre.
A antiga cláusula estabelecia que, caso um acionista alcançasse participação superior a 33,3% do capital, precisaria fazer uma oferta para todos os demais investidores. Agora, a Marfrig tem a alternativa de chegar à participação majoritária sem necessidade de fazer uma oferta pública de aquisição (OPA).
“Não sei quais são os planos do Molina, se é fazer uma fusão, juntar tudo, ou manter as operações apartadas”, expões Max Bohm. “Isso ainda não está claro para o mercado. Fato é que ele já cada vez mais ações da BRFS3.”
O trade em meio à espera
À medida que o mercado aguarda o desenrolar da relação entre os dois frigoríficos, o desempenho das respectivas ações não se mostra atrativo para prazos mais curtos.
MRFG3 opera sem tendência desde o início do ano, consolidade entre R$ 6 e R$ 8,10. Não há indicação de qualquer operação o ativo, frisa o analista técnico Filipe Borges. Para novas entradas, “a gente precisa observar um fechamento no gráfico semanal acima de R$ 8,08 com volume acima da média ou fechamento abaixo de R$ 6,10, com volume acima da média também”.
Para operações compradas – possíveis ante o rompimento de R$ 8,08 –, o alvo ficaria na região de R$ 10,43. Abaixo dos R$ 6, o ativo oferece oportunidade de posição vendida, “com espaço para cair direto até os R$ 5”. Após esse patamar, outro suporte seria somente nos R$ 3,60.
“Novamente, reforço que há necessidade de se observar um fechamento acima da resistência ou abaixo do suporte para que a gente avalie uma entrada com mais segurança”, frisa Filipe.
Já BRFS3 está em tendência de alta, com topos e fundos ascendentes no gráfico diário e no semanal, porém não há indicação de compra de curto prazo.
Já é a quarta semana consecutiva em que o ativo registra volume de negociação menor que o da semana anterior, “e isso dificulta ou diminui a chance do ativo romper e continuar subindo com muita força”. É prudente evitar operações de compra ou movimentações de entrada em qualquer ativo com essa característica, explica o analista.
Para quem já tem posição nas ações da BRF, Filipe recomenda colocar stop abaixo de R$ 10,08, já que o outro fundo, em R$ 8,55, está muito longe. Também é possível aumentar a posição já existente orientado pelas mínimas dos candles semanais, com alvo final em R$ 14,90, finaliza.