Com a Selic projetada para chegar em 9% até o fim de 2024, a dinâmica da renda fixa está mudando. Em 2023, ano em que a taxa começou a cair, R$ 59,8 bilhões foram resgatados da modalidade, cerca de R$ 10 bilhões a mais que no ano anterior, de acordo com a Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
O ciclo de cortes da taxa de juros pode ter gerado dúvidas sobre o investimento em renda fixa ainda valer a pena ou não, mas a resposta é simples: ainda vale muito, de acordo com Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos. Isso porque a Selic segue acima da média do que foi visto nos últimos 20 anos.
“Obviamente, se a taxa começar a chegar a níveis de 8% ou 7%, podemos talvez mudar de ideia, mas ela ainda se encontra num patamar muito alto”, afirmou.
O diretor destaca que, na verdade, algumas classes de indexadores, como os prefixados ou os indexados à inflação, acabam, de certa forma, congelando essa taxa de juros muito alta. Ou seja, mesmo que a taxa caia depois, o investidor não participa de boa parte dessa queda, pois prefixou a rentabilidade.
“Por isso que a gente gosta bastante ainda dessa classe de ativo”, complementa.
Dessa forma, não importa se é Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA, CRI ou CRA, Saadia enxerga maiores oportunidades de surfar na queda de juros por meio da classe de ativos indexados à inflação.
“Historicamente, esse tipo de investimento rende mais que as outras classes em ciclos de queda de juros, porque subestima a velocidade da queda de juros, assim ela acaba sendo de uma magnitude maior do que o próprio título está precificando”, pontuou.
No fim das contas, renda fixa, com sua promessa de segurança e previsibilidade, continua sendo um componente vital na carteira de investimentos dos brasileiros, segundo Leandro Vasconcellos, head de alocação da Nomos.
Para 2024, o especialista sugere uma abordagem balanceada, considerando tanto as mudanças no cenário econômico, quanto características individuais de cada tipo de investimento. Com a estratégia certa, ele continua, os investidores podem encontrar segurança e rentabilidade, mesmo em tempos incertos.
“A chave está em manter-se informado e adaptar-se às mudanças do mercado, garantindo assim, não só a segurança, mas também a otimização dos retornos em seus investimentos”, concluiu.