O payroll oficial dos Estados Unidos registrou a criação de 114 mil vagas de emprego em julho, número bem abaixo das projeções de 174 mil do mercado. A taxa de desemprego passou de 4,1% para 4,3%, também acima das expectativas de estabilidade.
Entre os desocupados, o número de pessoas em layoff temporário aumentou em 249 mil para 1,1 milhão e o número de pessoas trabalhando meio período por razões econômicas cresceu em 346 mil para 4,6 milhões. No mais, o número de desalentados cresceu em 366 mil e foi a 5,6 milhões. Os demais dados de emprego apresentaram pouca alteração.
Entre as atividades, as que mais criaram vagas em julho foram os cuidados médicos (55 mil), construção (25 mil), setor público (17 mil), transporte e armazenamento (14 mil) e assistência social (9 mil). Por outro lado, o setor de informação registrou corte de 20 mil vagas. Várias outras grandes indústrias ficaram estagnadas.
Por fim, o ganho médio por hora dos trabalhadores cresceu 0,2%. Nos últimos 12 meses, o ganho médio por hora cresceu 3,6%, desacelerando dos 3,8% de junho. Em ambas as comparações o avanço foi menor do que o esperado.
O resultado mais fraco do payroll indica uma perda de força relevante do mercado de trabalho americano em meio à política monetária contracionista. Após uma mudança de postura do FOMC na última reunião, citando preocupações sobre possíveis impactos dos juros altos no mercado de trabalho, vemos um forte reflexo já no payroll de julho que, apesar de ajudar no controle inflacionário e aumentar as probabilidades de vermos um início do ciclo de cortes já em setembro, não está sendo bem recebido pelos mercados pois mostra certo comprometimento da atividade econômica . Dito isso, entendemos que a chance do ciclo de flexibilização iniciar em setembro aumenta e esperamos impactos mais pronunciados da política monetária no mercado de trabalho.