A produção industrial brasileira cresceu 4,1% em comparação a maio, interrompendo a sequência negativa de dois meses em que acumulou perda de 1,8% e registrando a alta mais forte desde julho de 2020. Na comparação anual, a indústria avançou 3,2% após recuar 1,1% em maio e crescer 8,4% em abril. No acumulado nos últimos 12 meses, o avanço foi de 1,5%, intensificando o ritmo de crescimento frente ao resultado de maio (1,3%).
Em junho, 16 das 25 atividades pesquisadas e as 4 grandes categorias econômicas tiveram taxas positivas. Entre as atividades se destacam o coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%), impulsionado, principalmente, pelo álcool e derivados de petróleo; produtos químicos (6,5%), refletindo a retomada de indústrias situadas no RS; produtos alimentícios (2,7%), influenciados pelo açúcar, produtos derivados de soja, suco de laranja e carnes de aves; e indústrias extrativas (2,5%), puxadas pelo minério de ferro e petróleo. Entre as atividades que contraíram se destacam os outros equipamentos de transporte (-5,5%), que exerceram o maior impacto mas representam apenas 1% da indústria geral, os artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-4,1%), impressão e reprodução de gravações (-9,1%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação mensal, os bens de consumo duráveis (4,4%) e os bens de consumo semi e não duráveis (4,1%) tiveram as taxas mais elevadas. Os produtores de bens intermediários (2,6%) e os bens de capital (0,5%) também cresceram, mas com taxas menores.
Na comparação anual, entre as atividades se destacam o coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (17,5%) e produtos alimentícios (2,4%) do lado positivo. Do lado negativo se sobressaem a impressão e reprodução de gravações (-22,8%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,0%) e de produtos diversos (-6,9%).
Entre as grandes categorias, o segmento de bens duráveis (12%) teve a expansão mais acentuada, seguido pelos bens de capital (9,0%), de bens de consumo semi e não duráveis (5,8%) e de bens intermediários (1,1%).
Vale destacar que o avanço acentuado registrado em junho está relacionado à base de comparação depreciada dos últimos dois meses, mas também pela volta à produção de várias plantas industriais que foram direta ou indiretamente impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul no mês anterior. Dito isso, podemos ver um prolongamento dos resultados positivos à medida que a atividade é retomada, mas esperamos variações menores, e reiteramos as perspectivas positivas para a indústria nacional, principalmente a indústria cíclica, em meio ao cenário positivo de desemprego baixo, salários crescentes e juros menores.