Embraer: a maior alta do Ibovespa em 2024

Luís Gustavo Novais

 

As ações da Embraer [EMBR3] se destacam em 2024, registrando a maior alta do índice no ano, com valorização de 124%. Uma carteira de pedidos recheada, somada a fatores macroeconômicos favoráveis, foi a receita perfeita para impulsionar os papeis da companhia. 

Segundo dados divulgados pela empresa, no primeiro trimestre de 2024 a carteira de pedidos registrou a maior marca em 7 anos, US$ 21,1 bilhões, e houve aumento de 67% nas entregas em relação ao mesmo período de 2023. 

“Nos últimos meses, a Embraer tem se destacado por uma estratégia focada em inovação e expansão no mercado de aviação comercial e de defesa. A companhia apresentou resultados sólidos, impulsionados pela recuperação gradual da demanda por viagens aéreas e pela entrega de novos modelos de aeronaves”, comentou o analista da Benndorf Research, João Tonello. 

O grande destaque nos pedidos ficou por conta do setor de Aviação Comercial, que mostrou US$ 11,1 bilhões (26% de aumento em relação ao 4T23) e foi responsável pelo acordo com a American Airlines para o fornecimento de 90 jatos E175s, com direito de compra de outros 43 jatos do modelo.

Além disso, estudo divulgado pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) mostrou que a indústria atingiu, em fevereiro deste ano, os níveis de Receita por Passageiro Quilômetro (RPK) vistos em 2019.

É o momento de investir? 

De acordo com Tonello, a ação já refletiu as expectativas do mercado. O especialista alerta que, para continuar subindo, a empresa precisará apresentar resultados ainda mais surpreendentes, o que pode ser desafiador. 

Diante desse cenário, o analista recomenda que investidores que já possuem a ação avaliem a possibilidade de realizar lucros ou manter suas posições, mas adverte que novas entradas podem ser arriscadas neste momento. “Ação para colocar lucro no bolso ou manter posição quem já tem. Sem novas entradas!”, alertou.

O levantamento de recomendações feito pela Bloomberg vai em linha com o apontamento de João Tonello. Há poucas coberturas de analistas, mas que mostram um potencial médio de 7,2%, com recomendações divididas entre manter e comprar.