IPP dos EUA vem em linha, mas núcleo segue preocupando

por Benndorf Research

O Índice de Preços ao Produtor americano ficou estável em setembro, desacelerando da alta de 0,2% registrada em agosto e ficando abaixo das expectativas de alta de 0,1% do mercado. No acumulado em 12 meses o índice subiu 1,8%, marcando o terceiro mês  consecutivo de desaceleração. O núcleo do IPP registrou variações de 0,1% m/m e 3,2% a/a, com ambas também perdendo ritmo marginalmente em comparação com os resultados anteriores.

No período, o índice de serviços avançou 0,2%, impulsionado por avanços nos índices de serviços de depósito, atacado de maquinário e veículos, varejo de móveis e varejo de vestuário. Por outro lado, as margens do atacado de equipamentos comerciais e profissionais, corretagem de seguros e assessoria de investimentos recuaram.

Já o índice de bens teve recuo de 0,2%, variação que pode ser explicada principalmente pelo recuo de 2,7% no índice de energia. Entre os produtos que mais impactaram, a gasolina (-5,6%) foi o item de destaque. Os preços do óleo diesel, querosene, ovos de galinha e óleo de aquecimento também contraíram. Em contrapartida, o índice de frango processado teve alta de 8,8% e os índices de energia elétrica e veículos motorizados também expandiram.

Assim como observamos no índice de preços aos consumidores, o IPP também demonstra uma trajetória desinflacionária mais lenta e que requer atenção. Dito isso, reiteramos a expectativa de retorno da inflação à meta apenas em 2025 e de precificação desse cenário nas curvas de juros, algo que não deve afetar as bolsas americanas devido ao otimismo elevado, mas provavelmente deve prejudicar as nossas curvas de juros e o Ibovespa.