FOMC enfatiza incerteza elevada e risco de inflação nos EUA

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por Benndorf Research

 

A maioria dos participantes do FOMC relataram na ata divulgada na tarde desta quarta-feira que o alto nível de incerteza foi o principal responsável pela postura mais cautelosa adotada pelo comitê na primeira reunião de política monetária da entidade em 2025.

Diversos participantes sugeriram que o Comitê poderia manter as taxas mais restritivas se a economia continuasse robusta e a inflação permanecesse elevada. Por outro lado, outros participantes apontaram que os juros poderiam ser reduzidos se as condições do mercado de trabalho piorassem, a atividade econômica desacelerasse, ou a inflação retornasse ao patamar de 2% em um ritmo mais acelerado que o esperado. Vários membros do comitê enfatizaram a necessidade de evidência de desinflação sustentada.

Além disso, os membros do FOMC também destacaram os riscos de upside para a inflação, citando potenciais mudanças nas políticas comerciais e imigratórias, distúrbios geopolíticos nas cadeias de suprimentos, e um nível de despesa dos consumidores mais alto do que o antecipado.

Os dados mais recentes não mostram evidências de desinflação sustentada, pelo contrário, mostram a inflação americana em um ritmo de retomada quando observamos o índice geral de preços aos consumidores e estabilidade quando observamos o núcleo do índice. Já o PCE Price Index mostra alta tanto no índice geral quanto no núcleo do índice, evidenciando ainda mais a persistência da inflação em patamares bem acima da meta de 2%. Dito isso e tendo em mente as políticas protecionistas de Trump, voltamos a reforçar a expectativa de mais inflação e um FED hawkish por consequência, fato que pode prejudicar o desempenho do mercado de ações.

Por último, é importante ficar atento aos embates entre Trump e o FED. No dia de ontem uma ordem executiva que reduz a autonomia de agências historicamente independentes e aumenta o controle presidencial foi assinada e, embora tenha excluído o FED dessas limitações, se não for contestada pela Suprema Corte, cria um precedente perigoso que poderá afetar as capacidades do banco central americano no futuro.

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