O primeiro passo para quem deseja investir bem é justamente fazer uma autoanálise e descobrir mais a respeito de si mesmo. E, para facilitar o processo de avaliação, surgiram as categorizações conhecidas como perfil de investidor.
O investidor conservador é o que gosta de tomar menos risco ao aplicar seu dinheiro; já o moderado geralmente já tem um maior conhecimento do mercado financeiro; e o agressivo, como o próprio nome sugere, é aquele que não tem medo de tomar riscos ao investir.
Para descobrir o perfil de investidor, uma análise conhecida como Suitability (“adequação”, em tradução livre), é aplicada por uma instituição financeira, geralmente a corretora de investimentos, a fim de verificar se determinadas aplicações são adequadas para o cliente.
Dessa forma, o questionário capta informações sobre o grau de tolerância ao risco e experiência individual dos investidores.
Responder às perguntas do questionário é uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a todos com conta na corretora.
“O primeiro passo, e mais importante, é ter a percepção de que, a princípio, aquele perfil gerado pelo algoritmo não vai refletir suas características como investidor para sempre”, explica Beto Saadia, planejador financeiro e especialista em alocação e fundos de investimentos da BRA BS/.
Na visão do especialista, é preciso observar que o perfil de risco, eventualmente, muda ao longo da trajetória como investidor.
Adequação de investimento
Saber o próprio perfil de investimentos equivale a conhecer as próprias expectativas, ou seja, é o termômetro que mede com maior precisão o grau de risco que o investidor está disposto a correr.
De acordo com um dos especialistas consultados pelo TradeNews, existem basicamente duas formas de entender adequadamente o próprio perfil.
Além de observar questões que ecoam os aspectos de tolerância ao risco, identificação de investimentos apropriados à individualidade, existem outros fatores relacionados às probabilidades de prejuízo.
Os termos, risco de mercado, volatilidade ou desvio padrão, são por hora temidos em alguns dos casos.
Apoiados no vocabulário do investidor, o termo “risco de mercado” é a probabilidade de prejuízos provocados por reações adversas nos preços dos ativos.
Esses riscos podem ser provocados por eventos de ordem natural ou atípica, como uma seca extraordinária que impacta o agronegócio, questões político-econômicas, alterações nas taxas de juros, dentre outros.
Volatilidade
A volatilidade é calculada a partir do desvio padrão de um ativo, levando em consideração a rentabilidade diária que ele apresenta em um período. De forma mais específica, é a maneira de medir a variação de um ativo.
Pode ser classificada também como a potencial oscilação dos valores dos ativos durante um período de tempo.
A principal função desse indicador é possibilitar um estudo para a movimentação dos preços, no sentido de ajudar a estabelecer um cenário de investimento possível.
O head da mesa de alocação da BRA BS/, Leandro Vasconcellos, afirma que “quanto maior a volatilidade, maior é o retorno potencial de uma carteira”. A partir dessa perspectiva, o especialista reitera que, sem correr riscos, é mais difícil conseguir retornos acima da média.
Todos esses fatores sofrem influência do ambiente macroeconômico . Desse modo, não adianta pensar em uma carteira diversificada buscando rentabilidade se o seu perfil não corresponde com os riscos iminentes.