Apareceu no WSJ: Alibaba, atingido por Covid na China, registra crescimento de receita mais lento desde IPO

Segundo o Alibaba, os negócios domésticos foram significativamente afetados pelo ressurgimento da Covid-19 na China. [Foto: Aly Song/Reuters]

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A holding Alibaba reportou o mais lento crescimento de receita pelo segundo trimestre consecutivo desde que abriu capital em 2014, e a gigante chinesa de e-commerce afirmou que os desafios dos surtos de Covid-19 estão afetando severamente os negócios da empresa na China.

O  impacto das restrições por conta da Covid-19 aumentou o já pesado custo financeiro da empresa com ações regulatórias e desaceleração econômica. O Alibaba disse que desde meados de março – quando uma onda de infecções pela variante Ômicron do coronavírus atingiu a China – tem visto amplo impacto da cadeia de suprimentos e distúrbios logísticos. A empresa disse que cidades com novos casos de Covid-19 em Abril representaram mais da metade dos seus marketplaces de varejo na China.

No início da pandemia, a abordagem rigorosa da China para controlar a Covid-19 permitiu ao país retomar rapidamente a economia. Nos últimos meses, entretanto, as medidas para combater a Ômicron, incluindo um lockdown de quase dois meses na cidade de Xangai, se tornaram a maior ameaça ao crescimento econômico.

Ao contrário dos últimos anos, o Alibaba não publicou uma projeção anual, mencionando a imprevisibilidade em torno dos distúrbios gerados pela Covid. “Considerando os riscos e incertezas emergentes da Covid-19, às quais não somos capazes de controlar e é difícil para nós prever, acreditamos ser prudente não dar um guidance financeiro neste momento”.

“O fator mais importante para as perspectivas do Alibaba é a política de enfrentamento à Covid do governo”, disse o analista do Barclays Jiong Shao nesta quinta-feira (26). “Se o lockdown persistir durante o segundo trimestre, penso que não apenas o Alibaba, mas a economia chinesa inteira está em sérios problemas”.

No trimestre encerrado em março, a receita da companhia baseada em Hangzhou subiu 9% ante o mesmo período no ano anterior, para 204,1 bilhões de yuans, ou US$ 32,2 bilhões, segundo a taxa de câmbio de 6,34 yuans para um dólar que o Alibaba usou. A empresa registrou um prejuízo líquido de 16,2 bilhões de yuans no quarto trimestre fiscal, em comparação com um prejuízo líquido de 5,5 bilhões de yuans no ano anterior. O Alibaba mencionou quedas de preço nos investimentos em ações de empresas de capital aberto.

No ano fiscal encerrado em março, o Alibaba registrou 853,1 bilhões de yuans em receita, um aumento de 19% em relação ao ano anterior.

Ao redor da China, o impacto das restrições contra a Covid-19 – incluindo lockdowns em polos industriais como Xangai – se espalhou pela economia, interrompendo as cadeias de suprimentos e logística, assim como diminuindo o consumo. As vendas no varejo da China em abril, uma proxy do consumo, recuaram 11% ante o ano anterior, a segunda queda mensal consecutiva e maior contração desde março de 2020.

O Alibaba disse ter visto uma clara mudança nos gastos entre março e abril, com a demanda por itens essenciais crescente, enquanto compras não essenciais caíram, à medida que consumidores ficaram mais sensíveis aos preços. Para o consumo se recuperar, afirmou o diretor-executivo Daniel Zhang em call com analistas após a divulgação dos resultados, precisa haver uma cadeira de suprimentos robusta no lugar, e os consumidores precisam de “fortes expectativas para o futuro” e melhores expectativas de renda em especial.

Conforme o panorama econômico da China se deteriora rapidamente, Pequim sinalizou uma pausa na campanha regulatória endereçada às gigantes de tecnologia. Na semana passada, políticos de alto escalão da China se posicionaram a favor de uma economia digital mais forte em reunião com alguns executivos do setor.

Zhang aplaudiu o que chamou de uma clara mensagem dos líderes chineses encorajando o “desenvolvimento saudável da economia de plataforma”.

O Alibaba também foi severamente atingido pelas ações regulatórias chinesas. No final de 2020, autoridades chinesas forçaram a Ant, afiliada de tecnologia do Alibaba, a interromper a oferta pública inicial. Em abril passado, o Alibaba recebeu uma multa antitruste recorde de US$ 2,8 bilhões. Jack Ma, o fundador bilionário, se afastou em grande parte dos olhos do público.

Os resultados do Alibaba espelham os de outras companhias do setor de tecnologia da China. Na semana passada, a Tencent, um beemote de videogames e mídias sociais, disse que a receita trimestral de janeiro a março ficou praticamente estável. A gigante dos mecanismos de busca Baidu reportou nesta quinta-feira um aumento de 1% na receita do primeiro trimestre frente ao ano anterior.

Embora a receita trimestral do Alibaba tenha desacelerado mais que em qualquer trimestre desde a listagem em 2014, ela veio acima das expectativas dos analistas consultados pelo FactSet.

Na call com analistas, Zhang destacou o negócio na nuvem do Alibaba como ponto positivo. A receita da nuvem cresceu 12% na comparação anual no primeiro trimestre, mais devagar que no trimestre anterior devido ao impacto das restrições da Covid-19, mas pela primeira vez o negócio foi lucrativo o ano inteiro.

As ADRs do Alibaba, que despencaram 60% no ano passado, subiram cerca de 13% no início das negociações na Bolsa de Valores de Nova York na quinta-feira, após a divulgação dos resultados.

Em meio à repressão regulatória e à desaceleração da economia, muitas empresas de tecnologia chinesas, há muito atraídas pela juventude da China, começaram a demitir muitos funcionários no final de 2021.

Pessoas familiares com o assunto disseram no início do ano que o Alibaba estava considerando cortar cerca de 20% dos funcionários em certos grupos empresariais neste ano. Um gerente de nível médio disse que cerca de 20% dos seus colegas de trabalho em sua unidade de negócios foram demitidos ou pediram demissão desde o início do ano e que o moral está baixo entre aqueles que ficaram. O Alibaba não mencionou demissões na call com analistas e não respondeu a um pedido de comentário.

Alguns dos pares do Alibaba também experimentaram desaceleração do crescimento. A receita da Amazon de janeiro a março cresceu cerca de 7%, o ritmo mais lento em quase duas décadas, dada a queda nas compras online, custos mais altos devido à inflação e problemas na cadeia de suprimentos. As vendas da matriz do Google, Alphabet, subiram 23%, a taxa mais baixa para a companhia desde o final de 2020, à medida que a turbulência econômica global interrompeu os gastos com publicidade digital.

Nos últimos anos, companhias como ByteDance, Meituan e Pinduoduo consumiram o market share do Alibaba seu principal negócio de comércio eletrônico doméstico. Como resposta, o Alibaba investiu pesadamente no Taobao Deals, uma plataforma de negócios, e no Taocaicai, um marketplace que entrega itens de necessidade diária e mercearia para os bairros locais.

A Ant registrou um lucro líquido estimado de 22 bilhões de yuans no trimestre encerrado em 31 de dezembro, ligeiramente acima do mesmo período do ano anterior, segundo cálculos do The Wall Street Journal com base nas divulgações de lucros do Alibaba. O Alibaba possui um terço da Ant e informa que a participação nos lucros da gigante de pagamentos online está atrasada em um quarto.

 

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Versão em português por Isabela Jordão. Baseado no texto originalmente escrito por Shen Lu e Rebecca Feng para o The Wall Street Journal.

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