Bancos Centrais: os regentes de política monetária do mundo

Foto de arranha céu. Um exemplo para banco central

Recentemente o Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar a taxa de juros em 0,75 p.p, em tentativa de conter a situação desfavorável na Zona do Euro.

Em setembro, a taxa anual de inflação ao consumidor atingiu  9,9%, ainda impulsionada pelo choque dos preços de energia deflagrado pela guerra da Rússia na Ucrânia.

Um Banco Central é uma autarquia que possui diversas funções, mas a principal é ser o responsável por conduzir a política monetária de um país ou grupo de países, no caso da União Europeia. 

“Além disso, os Bancos Centrais emitem papel-moeda, asseguram o poder de compra da moeda, fiscalizam os demais bancos, promovem operações de compra e venda de títulos públicos, administram as reservas internacionais do país, controlam o crédito no sistema, atuam como emprestadores de última instância e representam a nação em encontros financeiros internacionais”, explicou Marco Ferrini, analista macroeconômico da Benndorf Research.

O surgimento do primeiro Banco Central

Registros oficiais indicam que o Banco Central da Inglaterra (BoE) foi a primeira corporação privada do tipo a ser fundada, em 1694. O banco só se tornou uma instituição nacional em 1946, com o aumento de suas atividades. No entanto, o órgão não se tornou autônomo até 1997, quando recebeu autoridade operacional para definir a política monetária do Reino Unido.

Em solo brasileiro, o Banco Central do Brasil surgiu em 1964, com o início das atividades no ano seguinte.

“A autarquia também possui uma gama de ferramentas para controlar a inflação. No caso do Brasil, o BCB pode promover ajustes na taxa Selic, que é a taxa básica da economia e que dita o comportamento das demais taxas de juros do Brasil”, comentou Marco.

Além da taxa Selic, o BCB também atua em outras decisões. O Banco Central do Brasil pode também ajustar a taxa de compulsório, que determina uma taxa de depósitos obrigatórios que cada banco e instituição financeira precisa realizar junto ao BCB. 

“Em relação aos depósitos que obtiver, pode ajustar a taxa de redesconto, que é o juros que os bancos e as instituições financeiras pagam ao Banco Central do Brasil por empréstimos tomados, e pode conduzir operações de open market, comprando ou vendendo títulos da dívida pública aos bancos comerciais e controlando a liquidez do sistema”, afirmou Marco.

 Apesar de algumas similaridades, os bancos centrais espalhados pelo mundo possuem outras atividades particulares. Existem diferenças nos instrumentos de política monetária disponíveis para cada Banco Central. 

“O Federal Reserve (Fed), por exemplo, faz uso das taxas de depósito compulsório e de redesconto em modelos similares às utilizadas pelo BCB, mas também utiliza outros mecanismos, como a facilidade de depósito a prazo e a facilidade de acordo de recompra reversa overnight”, explicou Marco.

Quanto à Zona do Euro, o analista da Benndorf comenta que o BCE “usa a taxa de facilidade permanente de depósito, que define os juros que os bancos recebem por depósitos overnight realizados junto ao BCE”.

 

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