BEEF3 é call de compra para Max e Tonello

Os analistas Max Bohm e João Tonello compartilharam suas visões sobre o desempenho de BEEF3, GOAU4, BPAC11, LJQQ3, TEND3, MTRE3 na live do Ação e Reação desta semana, realizada na última segunda-feira (18), no canal da NomosTV

Minerva [BEEF3]

Call de compra

De acordo com Max, o papel negocia a 4,7 vezes EV/Ebitda – indicador que relaciona o valor da companhia (EV) e o seu Ebitda (geração de caixa) – com desconto em relação a BRF [BRFS3], Marfrig [MRFG3] e JBS [JBSS3] e paga dividend yield “interessante” de 6%. Além disso, BEEF3 cai 7% este ano e sobe 2% em março.

Para o analista, o ativo está largado enquanto o mercado espera o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar as aquisições dos frigoríficos da Marfrig, que deve acontecer até o meio do ano.

“Então o papel ainda está um pouco pressionado devido à alavancagem financeira alta, porque BEEF3 ainda não tem a geração de caixa desses ativos”, afirmou.

Graficamente, Tonello explica que o mercado tem aguardado o ativo fazer alguns movimentos mais interessantes de repique. Nesse momento, ele prossegue, a ação está formando uma barra vermelha ignorada no fundo, com absorção de movimentos de venda. 

Desempenho semanal de BEEF3 em 18 de março de 2024. [Fonte: João Tonello/TradingView]
Segundo o analista, existe uma antecipação do movimento seguro de rompimento para compras com a quebra de uma LTB – linha de tendência de baixa – imediata.

Ele sugere trabalhar a compra em BEEF3 de forma imediata, com o stop no fundo anterior, acreditando em uma movimentação parcial curta e “uma vez acionado, a gente protege o ativo para ver se ele consegue continuar andando”, acrescentou.

A barreira de rompimento desse ativo está em R$ 7,79. Enquanto o valor não for rompido, Tonello não vê o ativo andando de forma forte para cima. 

“É perfeitamente possível essa entrada em BEEF3, mas há risco, então diminua um pouco a mão para essa entrada”, disse.

O analista indica R$ 6,14 como stop e 5%, ou R$ 7,36, de movimentação parcial. Já o alvo tem duas opções: cravar em R$ 7,79, acreditando que o ativo vai perder força, ou tentar 20% de alta, a R$ 8,32, esperando a inflexão que deu todo o movimento de queda.

Mitre [MTRE3] 

Call de venda

Max destaca que esse é um papel que a pessoa física gosta bastante por ser barato, negociado a 0,06 Preço/Valor Patrimonial – indicador que permite avaliar o preço de uma ação em relação ao valor do patrimônio líquido da empresa. Ainda assim, cai 24% no ano.

Dois pontos negativos sobre a companhia, prossegue, são a rentabilidade, pois o ROE é muito abaixo da média das outras companhias; e a alavancagem, que é muito alta. 

Como consequência dos dados fracos, Tonello diz que MTRE3 foi a pior posição de sua carteira nos últimos 14 meses. O ativo estava dando entradas “muito bonitas” pelo mensal, que são importantes para as decisões de carteira. Mas, nesse mês, MTRE3 frustrou toda a movimentação de alta e congestionou tudo. 

Desempenho mensal de MRTE3 em 18 de março de 2024. [Fonte: João Tonello/TradingView]
“Graficamente, é sair do papel. Quem já tem posição é melhor se desfazer e procurar uma outra empresa interessante”, concluiu.

Lojas Quero-Quero [LJQQ3] 

Esperar momento

Na visão de Max, o último resultado de Lojas Quero-Quero mostrou o ponto de inflexão que ele gostaria de ver, com as margens voltando a subir, despesas financeiras reduzindo e o braço financeiro mostrando um bom resultado, compensando um pouco a parte operacional.

No varejo, LJQQ3 é um papel barato, negociando a 6 vezes a EV/Ebitda, enquanto Soma [SOMA3], Renner [LREN3] e Arezzo [ARZZ3] negociam acima de 7 vezes. Além disso, com a queda de juros, a tendência é que as pessoas comprem mais eletrodomésticos e móveis, que é o grande core da companhia. 

Já o management fez “um bom dever de casa” e deixou a empresa mais eficiente nesse período mais instável, de juros mais altos. “Então, com a queda de juros, Lojas Quero-Quero tem tudo para performar bem e ter um segundo semestre muito bom. Por fundamento, para mim é compra”, frisou.

Segundo Tonello, o gráfico de LJQQ3 está “bem bonito”, em movimentação lateral, mas marcando fundo duplo com descanso no rompimento do eixo central.

Desempenho semanal de LJQQ3 em 18 de março de 2024. [Fonte: João Tonello/TradingView]
Mesmo gostando bastante, o analista técnico mostra que não há compras imediatas, mas parece estar caminhando para um rompimento em R$ 6,20, que seria hora de entrar.

“Rompendo R$ 6,20 no gráfico diário, pode chegar a R$ 8,20 fácil”, destacou.

Gerdau [GOAU4]

Não é momento

Para Max, GOAU4 é a siderúrgica mais barata do mercado, negociando a 3,5 EV/Ebitda, e deve pagar mais de 10% de yield.

O analista aponta que o papel está caindo 9% neste ano por consequência do resultado do primeiro trimestre de 2024, quando as margens vieram baixas, mas acredita que a tendência agora é que esses dados melhorem.

“Isso não só para Gerdau. A gente viu o setor todo sendo muito impactado pela entrada do aço importado”, ressaltou. 

Apesar de ter bons olhos para GOAU4, Tonello destaca que ainda falta muito para que se desenhe uma compra nos gráficos. O ativo está em canal de baixa, “completamente travado” e as tentativas de repique intrasemanais são absorvidas. 

Desempenho semanal de GOAU4 em 18 de março de 2024. [Fonte: João Tonello/TradingView]
“Eu não vejo compras. Eu fico completamente em cima do muro, com as duas cabeças para trás”, brincou.

BTG Pactual [BPAC11]

Não é momento 

De acordo com Max, o papel está caindo 5 % no ano, negocia a 2,8 vezes Preço/Valor Patrimonial (P/VP). Ainda é o papel de banco mais caro, mas as quedas recentes têm chamado atenção, pois o papel demonstra estar “um pouco fraco”. Para longo prazo, o analista prefiro o Banco do Brasil [BBSA3] e Inter [INBR32].

Graficamente, Tonello pontua que o ativo está completamente lateralizado, com movimentação de alta perto de topo e muito tempo nesse patamar.

Desempenho diário de BPAC11 em 18 de março de 2024. [Fonte: João Tonello/TradingView]
“Essa região é bastante ruim para novas movimentações de compra. Eu prefiro ficar de fora”, disse.

Caso BPAC11 rompa para cima com força, o analista indica a possibilidade de trabalhar uma terceira compra, mas ainda acha bastante esticado.

Tenda [TEND3]

Não é momento

Tenda não é das mais baratas do setor, negociando a 1,5 vez P/VP, segundo Max. TEND3 sobe 7,5% no mês, mas cai 22 % no ano.

“Eu não sou comprador de Tenda”, falou. “Acho que, por fundamento, tem coisa muito melhor aqui no setor de construção civil.”

Nos gráficos, TEND3 está perto de uma LTB, de acordo com Tonello. Ainda que haja regiões de suporte próximas, o analista não vê o que fazer. “Para mim, é uma região neutra de preço entre R$ 9,13 e R$ 15,40”, concluiu. 

Desempenho semanal de TEND3 em 18 de março de 2024. [Fonte: João Tonello/TradingView]
Assista à live completa:

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