BPAC11 e BBAS3 são os destaques da semana de Tonello e Max Bohm

“Tem coisa boa, hein […]. Temporada de resultados quentíssima”, afirmou Max Bohm, estrategista de ações da Nomos, na abertura do novo episódio de Ação e Reação. Ele e o analista técnico João Tonello, discorreram ontem (08) sobre a perspectiva para ações que podem render bons trades

BTG Pactual [BPAC11]

Call de compra

Max abre falando sobre como BTG surpreendeu em seu balanço trimestral. Segundo ele, o mercado esperava uma inadimplência mais pressionada e uma provisão ainda alta, mas as outras linhas de negócio do banco impulsionaram os resultados. 

O analista esclarece que BTG tem fundamentos sólidos, negociando em 8x P/L. Mesmo sendo mais caro, Max entende que BPAC11 pode entregar mais crescimento. Ele também disse que o banco é mais sensível aos juros e, por isso, os investidores deveriam prestar atenção no comportamento da taxa Selic. 

O BTG apresentou alta de 10% no lucro líquido em seu balanço do 1T23 em relação ao 1T22 e deve mirar nos R$ 10 bilhões para o final do ano – ainda que difícil -, de acordo com o analista fundamentalista. 

Caso consiga, seria um crescimento de 20% em relação a 2022. 

Já na visão técnica, Tonello indica que BPAC11 faz uma “bonita movimentação de alta”, em recuperação desde o final de março, tendo feito um padrão de alta confirmado por um fechamento acima da média de nove períodos, com entrada de volume comprador.

Tonello prosseguiu, afirmando que, com isso, o mercado acabou puxando o ativo “de forma interessante”, com espaço de upside igualmente notável, havendo espaço até chegar à LTB (linha de tendência de baixa).

Entretanto, o analista alertou que ontem (08) não seria o melhor dia de compra do ativo, pois o “sinal de compra veio um pouco de baixo, no cenário do 9.1”.

“Mas ainda tem espaço, ainda tem uma boa gestão de risco, acho que vale sim a entrada, assino embaixo também, mas se perder média 9, acho que vale stop. Se voltar a cair muito a gente tem que tomar cuidado”, completou. 

Itaú [ITUB4]

Esperar momento

O resultado do primeiro trimestre de 2023 do Itaú se destacou, segundo Max, com ROI acima de 20%. 

“ITUB4 segue com múltiplos mais atrativos que BTG, próximo a 6,8x P/L, e acho que é um papel que pode ter um bom momento”, afirmou o analista. 

Em análise gráfica, Tonello explica que o ativo está em uma situação de mais consolidação, com regiões de resistências bem marcadas, o que pode levar o papel a senti-las um pouco mais, tendo dificuldade para andar. 

“Graficamente eu acho que BPAC estaria num timing um pouco melhor”, resume. 

Banco do Brasil [BBAS3]

Esperar momento

“BBAS3 está ‘tradeando’ a 3,2x P/L, ou seja, é um papel que vale R$ 112 bi de mercado […] e deve entregar um lucro de R$ 35 bi esse ano, um lucro muito parecido com Itaú”, analisa Max. 

De acordo com o analista fundamentalista, o Banco do Brasil apresentou uma melhora considerável em termos operacionais nos últimos trimestres. Com isso, o banco ostentou uma recuperação muito forte de rentabilidade.

Além disso, o BB também é um banco muito barato, sendo o mais acessível entre os grandes bancos, negociando a 0,7 P/VP. 

“Em termos de valuation, é claro que você deveria ter BBAS3”, declara Max. No entanto, ele alerta que “o grande risco de BBAS3 é a famosa ingerência política”, o qual sempre existirá para o ativo, na visão do especialista. 

Tonello afirma que é um ativo realmente interessante, em região de topo. Todavia, ele acredita que BBAS3 tem, em destaque, defesas gráficas e maiores condições de tendência. 

“É um ativo muito interessante que, se cair, acho que faz muito sentido encarteirar um pouco, guardar um pouco aí para o longo prazo. E tomar um pouco de cuidado tanto com ela quanto com ITUB4 para não comprar a preços muito altos.”

A diferença entre BBAS3 e ITUB4 seria o fato de que o papel do BB tem uma tendência de alta, que é um fator mais interessante. 

Klabin [KLBN11]

Call de compra

A empresa apresentou bom resultado no 1T23, em termos de margem, e destoou de outros papéis no setor de celulose, explicou Max, além de pagar bons dividendos, com o projetado para este ano em 8% de yield. 

“Eu gosto de Klabin, principalmente para quem quer ter uma carteira de dividendo, pensando em uma carteira previdenciária, e acho que Klabin faz todo o sentido.”

No gráfico, Tonello indica que o ativo tem um ponto de suporte bem marcado, o qual traçou um fundo duplo de 2022 até o momento atual.  

Para ele, o ponto de R$ 22,09 é extremamente importante para KLBN11, apresentando uma região alvo da tentativa de repique do ativo. 

“A gente está em um momento muito interessante para uma movimentação de alta mirando esses R$ 22,09, que eu acho que o ativo está conseguindo se manter muito bem.”

Tonello apenas alerta para a LTB, a qual pode fazer com que o ativo sofra. No entanto, caso KLBN11 consiga passar essa linha, os R$ 22,09 serão realidade. 

“É um bom swing trade”, afirma Max. 

Nvidia [NVDC34]

Esperar momento

Os analistas também comentaram sobre o BDR da empresa americana de tecnologia. 

Em relação aos fundamentos, Max afirmou gostar bastante da companhia. Ele entende que, em um cenário de alta de juros, a Nvidia pode sofrer mais por ser do ramo tech, porém, caso o juro dos EUA caminhe para a estabilidade, pode ser um papel que venha a se recuperar. 

Na análise gráfica, o papel teve rompimento da região de resistência e, agora, faz um descanso simétrico, isto é, uma espécie de pivô de alta, expõe Tonello. 

De acordo com ele, o ativo está “descansando” por algumas semanas e deve voltar a retomar a movimentação de alta. 

“Então, eu não duvido que a gente encontre NVDC334 em breve em máximas históricas de novo”. 

Marcopolo [POMO4] 

Call especial: Operação Collar

Por fim, Max aponta que o último resultado da empresa de transporte veio muito forte, recuperando as margens de antes da pandemia – momento em que a companhia praticamente parou. 

Tonello explica que, durante este período, o papel foi deixado de lado, sem movimentos muito distintos. Até que o ativo fez um pivô de alta, permanecendo nele até hoje. 

“Quem comprou o ativo em R$ 2,60 (preço durante o pivô de alta) fez uma excelente compra e carrega o ativo na carteira até hoje, porque ele está segurando aqui (nos R$ 3,68) até que haja um fechamento abaixo da média 9”. 

O analista ainda recomenda aos investidores uma estruturada chamada Collar, a qual consiste em permitir ao investidor que continue aproveitando da alta do ativo, até o patamar de cerca de R$ 4,80, e, no caso de queda do ativo, ele estaria 100% protegido. 

No entanto, essa estrutura deve ser cotada para que se saiba exatamente quais são os parâmetros dela, por ser um papel pouco líquido.

Assista à live completa: 

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