Luís Gustavo Novais
A compra de um carro envolve diversos fatores, como escolha de modelo, financiamento, seguro e preço. Com isso, o valor desembolsado para custear o automóvel se torna determinante para a conclusão da transação.
O risco de acabar não dando conta de arcar com os custos do veículo é um problema que afeta milhares de brasileiros.
Dados divulgados pelo Banco Central em maio deste ano mostram que o número de inadimplentes por financiamento de veículos é de 4,82% e está acima do nível pré-pandemia, acompanhando a quantidade de veículos financiados, que saltou 20% de 2023 para 2024.
Por isso, o custo do automóvel estava nos critérios do gerente de T.I, Filipe Santos, quando escolheu seu Fiat Pulse Impetus (2022). Em comentário ao TradeNews, Filipe relatou que levou em consideração o preço, a quilometragem e a finalidade de uso ao selecionar seu carro.
Dessa forma, quem está disposto a realizar a compra de um carro precisa entender qual melhor se adequa a sua renda. O especialista em finanças pessoais João Victorino apresentou o cálculo para chegar ao valor ideal de acordo com os rendimentos do comprador.
É ideal que os custos totais associados ao carro (financiamento, seguro, manutenção, combustível, impostos e estacionamento) não ultrapassem 10% da renda mensal do dono. “A ideia é garantir que a compra do veículo não comprometa excessivamente o orçamento e mantenha a saúde financeira em dia.”
Para o especialista, definir o tipo de carro ideal é um passo fundamental. Modelos como hatch, sedan, SUV e picape oferecem soluções para diferentes necessidades, seja espaço, conforto, economia de combustível ou robustez para enfrentar terrenos diversos.
Após escolher o tipo de veículo, é crucial estabelecer um orçamento detalhado, considerando tanto o valor de entrada quanto as parcelas do financiamento. Avaliar os custos de juros e taxas, comparando diferentes opções antes de tomar uma decisão.
Outro aspecto importante é calcular os custos totais de propriedade, que incluem despesas com IPVA, seguro, manutenção, combustível, depreciação e estacionamento. Além disso, pesquisar o custo de manutenção e a disponibilidade de peças do modelo escolhido, pois esses fatores podem variar significativamente e impactar o custo-benefício do veículo a longo prazo.
Novo ou Seminovo?
Optar pelo 0km carrega todos os benefícios de ser o primeiro usuário da máquina: perfeito estado, sem histórico de problemas, garantias mais longas e poder escolher o carro com a aparência desejada. Mas nem tudo são rosas: a desvalorização ocorre de maneira mais bruta no veículo novo, que já sai da concessionária perdendo valor.
O seminovo, por outro lado, já passou pela maior parte da desvalorização inicial, o que o torna uma opção mais econômica em termos de preço. Além de muitos estarem ainda dentro da garantia de fábrica. Mas é preciso verificar o histórico do automóvel antes de tomar a decisão de comprá-lo.
“No geral, se você prioriza confiabilidade total, garantia e especificações personalizadas, um carro novo pode ser a melhor escolha. Mas, se o objetivo é economizar e obter um veículo mais completo pelo mesmo valor, um carro seminovo bem conservado pode ser a opção ideal”, definiu João Victorino.