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A indústria de ETFs está crescendo rapidamente no mundo inteiro, inclusive mais rápido do que a indústria de fundos de investimentos tradicionais, devido a várias características dessa classe de ativos.
Além de serem famosos por apresentar custos mais baixos, eles proporcionam maior flexibilidade e liquidez aos investidores e vêm sendo considerados por muitos uma evolução para o mercado financeiro por sua capacidade de democratizar o acesso a uma ampla gama de ativos.
Ao oferecer uma maneira simplificada de investir em índices, setores específicos, commodities e até mesmo estratégias complexas, a inovação contínua no setor de ETFs reflete a capacidade do mercado de se adaptar e atender às necessidades emergentes do investidor moderno.
Como a cultura de investimento baseada em renda passiva mensal tem se tornado mais popular e a busca por diversificação é uma constante para investidores, a classe de ETFs de dividendos tem ganhado destaque mundo afora, e o Brasil finalmente está acompanhando essa tendência global. Até o início de 2023, os ETFs disponíveis aqui não podiam distribuir dividendos aos cotistas, sendo obrigados a reinvesti-los, e isso limitava a atratividade desses produtos para investidores focados em renda passiva.
No entanto, o cenário mudou significativamente com a introdução do NDIV11 (do Nubank) e do SPYI11 (da Buena Vista Capital) ao mercado no ano passado. Outros dois já foram anunciados até o momento e serão lançados em junho de 2024: o DIVD11 (do Itaú) e o QQQI11 (da Buena Vista Capital).
Tanto o DIVD11 quanto o NDIV11 são ETFs que replicam dois dos principais índices de dividendos do mercado brasileiro, respectivamente, o IDIV e o IBDV. Eles compram as principais empresas pagadoras de dividendos que fazem parte do Ibovespa prezando pela recorrência mensal no pagamento de dividendos. Ambos possuem um portfólio exposto a empresas de qualidade e um portfólio diversificado.
Os ETFs SPYI11 e QQQI11, da Buena Vista, têm um conceito um pouco diferente para o mercado brasileiro: os “dividendos sintéticos.” Utilizando uma estratégia com opções, esses ETFs geram renda mensal combinando dividendos e prêmios de opções. Essa abordagem não apenas aumenta a previsibilidade da renda, mas também potencializa o crescimento da cota no longo prazo.
Incorporar ETFs de dividendos em um portfólio pode ser uma estratégia eficaz para equilibrar risco e retorno. Por exemplo, se aliados a uma carteira com ações de crescimento, é possível capturar tanto ganhos de capital quanto a renda. No entanto, também podem ser combinados com títulos de Renda Fixa para equilibrar a volatilidade dos ETFs, tornando-se um excelente complemento aos fundos imobiliários ao diversificar suas fontes de renda passiva.
A tendência de crescimento dos ETFs de dividendos no Brasil é clara. Com a introdução de novos produtos e estratégias inovadoras, como os dividendos sintéticos, os investidores têm mais opções para construir carteiras robustas e diversificadas.
Desde que entrei no mercado, no ano 2000, vi muita coisa mudar no setor. As mudanças tecnológicas e regulatórias revolucionaram a forma como investimos e negociamos, deixando o mercado mais acessível e transparente do que nunca. Estou ansioso para ver quais inovações ainda estão por vir, com o avanço da inteligência artificial, criptomoedas e finanças descentralizadas, a transformação só está começando.