O comunicado da reunião de janeiro do FOMC reiterou que a atividade econômica dos Estados Unidos continua expandindo em ritmo sólido, que o mercado de trabalho segue sólido e que a inflação permanece elevada, apesar de ter desacelerado em relação ao último ano. Além disso, o Comitê voltou a afirmar que a conjuntura econômica permanece incerta.
Em relação ao comunicado de dezembro, foi retirada a parte que menciona a possibilidade de novos ajustes na taxa de juros, solidificando a visão de que a autoridade monetária descarta voltar a subir juros, e foi incluída uma frase que afirma que o Comitê não espera alterações na taxa básica até que tenha adquirido mais confiança de que a inflação realmente está convergindo para a meta. De acordo com Powell, há confiança e ela aumentou ao longo dos últimos 6 meses, mas é preciso mais evidência, algo que virá com mais divulgações de dados de inflação.
Em um primeiro momento, o mercado reagiu precificando estabilidade dos juros em março, mas em meio ao discurso de Powell voltou a precificar o início do ciclo de cortes na próxima reunião. De todo modo, mantemos nossa perspectiva de maio como um período mais razoável para o início do ciclo de cortes e entendemos que esse horizonte de tempo providenciará a evidência que o FED precisa para se decidir se mantém ou não os juros altos por mais tempo.