Os contratos futuros de Bitcoin começaram a ser negociados na B3 nesta quarta-feira (17). Negociados sob o código “BIT”, os derivativos recuavam em torno de 1,99%, a 323.420, às 15h45. A referência é o Nasdaq Bitcoin Reference Price Index (NQBTC) como referência, e o horário de negociação vai das 9h às 18h30.
Para quem quiser operar os contratos, a margem mínima exigida nas corretoras será de R$ 100 por contrato.
Quem ficou interessado na nova forma de negociar Bitcoin, entretanto, não precisa ter pressa. “A volatilidade, por enquanto, está horrível”, avaliou Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research. “Tem pouquíssimos contratos operando, muito spread.” Em suma, a liquidez está muito baixa.
Assim, Filipe não recomenda operações de day trade – muito comuns no mercado de futuros – neste primeiro momento. A alternativa mais adequada para quem busca operações de curto prazo com Bitcoin é avaliar o preço médio do Bitcoin à vista em corretoras focadas exclusivamente em criptomoedas.
No que tange às estratégias de operação, o contrato futuro concede o recurso da alavancagem de posição e oferece a possibilidade de executar estratégias de hedge, para proteção contra oscilações indesejadas de preço, diferenciando-se da alocação em ETFs.

Como funciona o contrato futuro de Bitcoin?
O valor de cada contrato equivale a 0,1 Bitcoin, ou seja, 10% do valor da cripto em reais. O vencimento é mensal, com liquidação exclusivamente financeira – ou seja, não há compra e venda de criptomoedas. Os resultados financeiros das negociações ocorrem sobre a variação de preço do Bitcoin.

O vencimento do contrato vai ocorrer sempre na última sexta-feira do mês. Na negociação diária, investidores que não zerarem suas posições até o final do pregão precisam depositar o equivalente a 50% do valor do contrato como garantia.
Assim como no restante do mercado futuro, haverá o pagamento de ajustes diários, de acordo com a oscilação do preço do contrato durante o pregão. Assim, os contratos de Bitcoin vão sofrer, todos os dias, ajustes em seu valor até o dia do seu vencimento.
Cripto na B3
A bolsa brasileira dispõe de 14 produtos relacionados ao mercado de criptomoedas disponíveis para negociação dos investidores. São 13 ETFs de criptoativos – HASH11, QBTC11, BITH11, BITI11, QETH11, ETHE11, QDFI11, DEFI11, WEB311, NFTS11, CRPT11, META11, BLOK11 – e um BDR de ETF, o IBIT39.
Em março, o volume negociado nesses produtos, somado, foi de R$ 98 milhões por dia, de acordo com a B3. Juntos, eles acumulam patrimônio líquido de R$ 4,8 bilhões e 183 mil investidores.