IPP alemão atinge mínima histórica

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O Índice de Preços ao Produtor alemão recuou 0,2% em setembro, ante agosto, contrariando as expectativas de alta de 0,4% e retomando as deflações. Em relação a setembro de 2022, o índice computa queda de 14,7%, mínima desde 1949, início da série histórica.

O recuo recorde pode ser explicado pela base de comparação, visto que em agosto e setembro de 2022 o IPP atingiu a máxima histórica, muito influenciado pelos impactos da guerra na Ucrânia.

Na comparação anual, os preços da energia puxaram a queda ao recuarem 35,3%. Houve recuo nospreços da eletricidade (-46,2%) e do gás natural (-36,9%), que foram os principais itens de influência no resultado.

Além disso, os preços dos bens intermediários (-4,2%) também caíram, beneficiados principalmente pelas desvalorizações dos metais (-11,2%) e dos produtos químicos básicos (-11,6%). Os metais recuaram puxados pelo ferro, aço e ferroligas (-18,5%), enquanto os fertilizantes (-42,9%) impactaram os produtos químicos. Podemos associar o primeiro ao desempenho fraco da China ao longo dos últimos 12 meses e o segundo aos efeitos de base de comparação causados pela guerra na Ucrânia e sanções à Rússia.

Os preços dos bens de consumo não duráveis, por outro lado, avançaram 5,3% em relação a setembro de 2022. Os alimentos (5,5%) foram o item que mais contribuiu para a alta, especialmente o açúcar (84,7%), batatas processadas (28,5%) e sorvete (18,5%). Outro setor que registrou aumento nos preços foi o de bens duráveis (4,7%), impactado em grande parte pelos preços dos móveis (5,1%) e eletrodomésticos (5,2%).

Por fim, os preços dos bens de capital avançaram 4,8%, com o maquinário (6%) e os veículos motorizados, reboques e semirreboques (3,9%). Observamos que a queda da inflação aos produtores alemães está muito ligada aos efeitos de base de comparação, algo que deve perder efeito ao longo dos próximos meses.

Ainda assim, temos um retorno da deflação, fato positivo e que mostra a tendência de diminuição da inflação no setor secundário, que posteriormente tende a chegar ao consumidor. Ao mesmo tempo, o nível de atividade da principal economia europeia segue diminuindo, impactado pelos juros recordes, inflação ainda elevada, recuo da demanda e pessimismo.

Dessa forma, mantemos nosso cenário de recessão para a Alemanha no início de 2024, com a indústria se destacando negativamente, especialmente o setor automotivo.

[Fonte: Benndorf Research]

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