Os analistas Max Bohm e João Tonello compartilharam suas visões sobre o desempenho de RRRP3, ELET3, SUZB3, NVDC34, AURA33 e INTB3 na live do Ação e Reação desta semana, realizada na última segunda-feira (15), no canal da Nomos TV.
3R Petroleum [RRRP3]
Esperar momento
Na semana passada, foi aprovada a fusão entre Enauta [ENAT3] com a 3R Petroleum [RRRP3], de acordo com Max. A nova companhia será formada por 53% de RRRP3 e 47% de ENAT3.
A nova empresa valerá mais de R$ 15 bilhões, ou seja, não será mais junior oil, mas medium oil, com produção diária próxima da Prio [PRIO3], e grande reservas.
O analista afirma que o principal movimento do negócio é a desalavancagem financeira, pois a 3R tinha uma operação muito alavancada, acima de 3 vezes Dívida Líquida/Ebitda – o índice mede o grau de endividamento de uma empresa em 12 meses –, enquanto Enauta possuía caixa líquido, gerando equilíbrio entre as duas.
Max aponta ainda que RRRP3 anunciou recentemente uma atualização nas reservas – que estão para cima –, dados de produção sob controle, evolução nos ativos, além da proposta com a Enauta.
Atualmente, o papel negocia a 3,2 vezes EV/Ebitda – indicador que relaciona o valor da companhia (EV) e o seu Ebitda (geração de caixa) –, sobe 32% em 2024, e 5% em abril,“sendo o grande destaque do mês”.
“Para mim, 3R é compra, principalmente com o petróleo acima de US$ 90. Caso a commodity busque patamares mais elevados, não tenho dúvida que 3R pode se beneficiar”, argumentou.
Tonello pontua que os dois já tinham compartilhado a ideia de tentar buscar o ativo acima de R$ 35,65 nos gráficos. Apesar de ter batido o valor, os dois dias mais fracos do mercado trouxeram o papel para baixo de novo.
A avaliação do analista é aguardar que esse movimento aconteça novamente, para efetivamente clicar.
“O fechamento pode ser diário, mas o melhor seria analisar o fechamento semanal, pois seria interessante o mercado fazer um descanso para rompimento”, explicou.
Por fim, Max acrescenta que é necessário analisar o papel diariamente, porque as tensões geopolíticas podem ficar mais exacerbadas, e o petróleo chegar a US$ 95, afetando RRRP3.
Eletrobras [ELET3]
Esperar momento
Segundo Max, ELET3 recuou bastante na semana passada, em função da queda de preços de energia. Há também o risco de que o governo queira colocar mais uma pessoa no conselho da companhia.
Sendo um dos papéis mais baratos do setor elétrico nesse momento, a ação negocia a 6,4 vezes a EV/Ebitda, 7,5 vezes Preço/Lucro (P/L) – dado que representa a relação entre a cotação atual de uma ação e o lucro por ação gerado pela companhia em determinado período –, e paga mais de 7% de yield, “ou seja, um papel com valuation barato, yield atrativo”.
O analista destaca que a companhia cai 9% no ano e 8% no mês. “Esse mês está sendo muito ruim para a Eletrobras. Será que é uma oportunidade?”, questionou.
Nos gráficos, Tonello aponta que o mercado faz um típico padrão de bater topos e fundos, se aproximando de oportunidades compradoras.
“As regiões de R$ 37,20, R$ 37,30 e R$ 36,40 são zonas compradoras do ativo, para ELET3 achar suporte na LTA – linha de tendência de alta – e retomar sua movimentação de compra”, ponderou.
Suzano [SUZB3]
Não é momento
Max ressalta que a produtora de celulose não é muito lembrada, porém, com a valorização do dólar, acaba ganhando notoriedade entre analistas e investidores.
O papel sobe 9,6% e cai 4,7% no mês, negociando a 6,7 vezes EV/Ebitda, e 8 vezes P/L, então “não é caro”.
“Será que é uma oportunidade com esse dólar a US$ 5,20?”, perguntou.
Graficamente, Tonello explica que o mercado perdeu média 9 – média móvel exponencial de 9 períodos –, então esperaria o ativo romper o indicador para comprar. Ele aponta não saber quando o candle comprador vem, pois, por ora, o mercado vende três candles de indecisão.
“O mercado pode ter achado um ponto de inflexão para compras, mas ele tem que vir acompanhado de um candle de compras. Eu espero esse candle, sem pressa”, alegou.
Nvidia [NVDC34]
Esperar momento
De acordo com Max, os bancos e corretoras que analisam a Nvidia estão dando recomendação de compra, e acreditam em resultados melhores, aumento de pedidos, surpreendendo novamente no resultado trimestral.
Neste caso, o valor justo de NVDC34 aumentaria em 15%, de US$ 1.000 para US$ 1.200.
“Não dá para analisar muito o fundamento dela, porque é algo novo, e inteligência artificial é algo difícil de ser mensurado, mas acho que tem que ter um pouquinho desse ativo na carteira”, defendeu.
Apesar de frisar que não teria muito do papel, por estar esticado, ele diz que participaria desse momento de crescimento da inteligência artificial, principalmente por Nvidia ser a principal protagonista.
Nos gráficos, o mercado está querendo dar uma descansada, o que pode ser uma oportunidade de compra, segundo Tonello. Por outro lado, ele acredita que é melhor aguardar o mercado acelerar um pouco mais.
“O descanso não está proporcional. Então, eu esperaria retomada de média 9 para uma tomada de decisão um pouco mais específica”, apontou.
Intelbras [INTB3]
Não é momento
Max aponta que INTB3 está caindo “bastante” nos últimos dias, com o Brasil sofrendo os resultados do juro para cima, mas é um papel que vê voltando aos poucos para o radar dos investidores.
“Há muito tempo que não vejo Intelbras negociar abaixo de 10 vezes EV/Ebitda e 11 vezes Preço/Lucro, então acho interessante esse nível”, ressaltou.
Para o analista, a companhia pode apresentar melhora de resultado e margens, ainda que ache que o crescimento de Intelbras não será forte.
Ao mesmo tempo, ele alega que INTB3 pode continuar pesado, caso o ambiente continue muito difícil com juros abrindo. Mas, ainda assim, para um horizonte maior, indica a compra por fundamento.
Em contrapartida, Tonello declara que o movimento que o ativo está fazendo nos gráficos é um pouco perigoso, marcando uma forte movimentação de queda.
“Eu não faria nada nesse momento. Para mim, incomoda comprar com o ativo caindo de forma pesada assim”, destacou.
Aura [AURA33]
Não é momento
Considerando que a receita da empresa é 100% dolarizada, Max acredita que, com o ouro batendo máxima histórica de US$ 2.400, cobre “voando” à máxima de um ano e meio, dólar em US$ 5,20 e dados de produção melhores, Aura é um “belíssimo case” para o momento.
Ele pontua ainda que a companhia é barata, pois negocia a 2,6 vezes EV/Ebitda e paga 6% de yield, então sugere compra por fundamento.
Segundo Tonello, AURA33 está rendendo “muito bem” por esses motivos, então vê com bons olhos a continuidade do ativo na carteira, mas desencoraja novas compras, tanto pelas commodities que já subiram quanto pelo cenário gráfico da empresa, que já está em alta de cinco semanas consecutivas.
“Quem tem, tem. Quem não tem, ficou de fora”, concluiu.
Assista à live completa: