A taxa de inflação aos consumidores americanos avançou 0,6% em agosto, acelerando bastante dos 0,2% registrados em julho. Na comparação anual, o índice avançou para 3,7%, marginalmente maior do que as expectativas do mercado.
O núcleo da inflação teve alta de 0,3% entre meses e recuou de 4,7% para 4,3% entre anos, mínima desde setembro de 2021.
A gasolina foi o item de maior impacto e representou mais da metade da alta mensal. Além disso, a energia avançou 5,6% à medida que todos os grandes grupos registraram alta e o índice de habitação subiu pelo 40º mês consecutivo.
A alimentação no domicílio teve alta de 0,2%, enquanto a alimentação fora do domicílio expandiu 0,3%. O índice da gasolina teve alta de 10,6% em agosto, acelerando dos 0,2% computados em julho e refletindo a alta do barril do petróleo nos últimos meses.
A eletricidade (0,2%) e o gás natural (0,1%) também avançaram. Apesar da alta expressiva no mês, a energia registra queda de 3,6% nos últimos 12 meses, refletindo principalmente as quedas dos preços da gasolina e do gás natural.
Já na alimentação no domicílio, a de carne de porco (2,2%) e carnes, aves, peixes e ovos (0,8%) foram os itens que puxaram o resultado. Na alimentação fora do domicílio, as refeições de serviço limitado avançaram 0,3% e as refeições de serviço completo tiveram alta de 0,2%.
Nos últimos 12 meses, a alimentação no domicílio acumula alta de 3%, enquanto a alimentação fora do domicílio subiu 6,5%. No mais, excluindo alimentação e energia, a habitação (0,3%) foi o item de maior impacto, mas perdendo um pouco de ritmo em relação ao resultado anterior.
Outros índices que subiram em agosto foram os seguros de veículos motorizados, passagens aéreas, cuidados pessoais, veículos novos e mobiliário doméstico. Por outro lado, as quedas ficaram com os carros e caminhões usados, lazer e a comunicação.
Apesar da alta no índice geral, muito influenciada pelo resultado forte da energia, o recuo do núcleo da inflação é o foco para nós e mostra que há uma tendência de queda nos preços dos itens menos voláteis.
A diminuição das pressões inflacionárias deve continuar ao longo dos próximos meses, visto que a economia americana começa a dar sinais mais claros de exaustão, com o nível de atividade da economia praticamente estagnado e o mercado de trabalho perdendo ritmo.
Ademais, o resultado é positivo para o FED e reforça a tese de que o banco central manterá as taxas de juros inalteradas na reunião de setembro, aliviando um pouco da pressão sobre as curvas de juros futuras e os índices de ações.