A taxa de inflação da Zona do Euro foi de 0,6% na prévia de abril, desacelerando em relação aos 0,8% de março. Na comparação anual, a inflação permaneceu estável em 2,4%. O núcleo do indicador, por sua vez, também teve variação de 0,6% entre meses e acumula alta de 2,7% nos últimos 12 meses, menos que os 2,9% de março, mas marginalmente acima das perspectivas de 2,6% do mercado.
Os serviços continuam como principal segmento de impacto na inflação em ambas as comparações (0,8% m/m e 3,7% a/a), mas o setor apresentou desaceleração dos 4% de alta registrados em abril. Na comparação mensal, os bens industriais não energéticos (0,5%) foram o segundo segmento de maior impacto, seguidos pelos alimentos, álcool e tabaco (0,4%) e pela energia (0,3%).
Em comparação com abril de 2023, os alimentos, álcool e tabaco (2,8%) vieram em segundo lugar, com os bens industriais não energéticos (0,9%) seguindo e a energia (-0,6%) sendo a única atividade a apresentar deflação.
A estagnação do índice acumulado de inflação pode ser explicada pela alta mais expressiva do segmento de alimentos, álcool e tabaco e desaceleração menor da energia, que compensaram os avanços menores dos segmentos de bens industriais e serviços. Isso fica evidente no indicador do núcleo, que seguiu em trajetória de queda apesar de ter superado marginalmente as perspectivas do mercado.
Sendo assim, vemos um cenário ainda de início do ciclo de cortes em junho, como já sinalizado pelo BCE, mas devemos permanecer atentos aos movimentos da autoridade monetária frente ao alongamento do ciclo de política monetária dos EUA e repiques na atividade do bloco.