O payroll americano de setembro mostrou a criação de 336 mil novos empregos, quase o dobro das expectativas de 170 mil do mercado, em linha com os indicadores mais recentes que voltam a reforçar a resiliência da economia. Além disso, o resultado de agosto foi revisado de 187 mil para 227 mil.
A taxa de desemprego permaneceu estável em 3,8%. Os segmentos que mais criaram vagas foram o de lazer e hospitalidade (96 mil), que superou a média de 61 mil dos últimos 12 meses. A atividade de food service e lugares para beber criou 61 mil novos empregos e retornou ao patamar pré-pandemia, enquanto o emprego em hospedagem cresceu 16 mil e permaneceu 217 mil abaixo do patamar de fevereiro de 2020.
Outros setores que se destacaram foram o setor público (73 mil), saúde (41 mil) e serviços profissionais, científicos e técnicos (29 mil). O único segmento que registrou corte de empregos foi a informação (-5 mil). Outros ficaram estagnados, como a mineração, extração de petróleo e gás, construção, manufatura e comércio atacado e varejista.
Em setembro, o ganho médio por hora cresceu 0,2% para US$ 33,88. Ao longo dos últimos 12 meses, o ganho médio por hora teve aumento de 4,2%.
O payroll forte reitera a resiliência da economia americana e está em linha com a recuperação recente de alguns indicadores macroeconômicos, como os pedidos de bens duráveis, os pedidos às fábricas e os PMIs. Além disso, o resultado deve pesar sobre as curvas de juros do país e dá sustentação para o Fed promover um último ajuste de 0,25 p.p. nos juros, tornando o cenário ainda mais desfavorável para as bolsas do país.
Por fim, seguimos com o cenário de desaceleração econômica para os próximos meses e manutenção dos juros em patamares elevados por mais tempo.