Em abril, o PMI Composto dos Estados Unidos cresceu 1,1 ponto e foi a 53,4, maior patamar desde maio de 2022. O resultado foi influenciado principalmente pelos serviços, que ficaram em 53,6, 1 ponto acima do nível de março, mas também contaram com a indústria retomando o patamar de crescimento ao passar de 49,2 para 50,2.
A expansão mais rápida da atividade econômica americana foi puxada pelos novos negócios. Os prestadores de serviços registraram um aumento mais acentuado nos novos negócios, enquanto as manufaturas tiveram a primeira expansão desde setembro do ano passado. Apesar disso, a demanda externa continuou enfraquecendo e os novos pedidos de exportação contraíram novamente.
Entre os serviços, os novos pedidos cresceram em função de melhores condições de demanda e iniciativas de marketing e vendas, já na indústria a alta foi apenas marginal, ainda refletindo hesitação dos consumidores em função dos preços elevados e incerteza sobre a economia global.
As pressões inflacionárias voltaram a ganhar ritmo em abril à medida que os preços de insumos e os custos de produção cresceram a taxas mais agudas. A aceleração da inflação foi generalizada, com os serviços registrando os aumentos mais expressivos de custos e encargos, puxados principalmente pelos custos com fornecedores e salários.
Consequentemente, os preços de venda subiram no ritmo mais rápido desde agosto de 2022 no caso dos serviços, e a uma taxa acima da média histórica no caso da indústria.
Em resposta ao aumento da demanda, o emprego cresceu a uma taxa mais rápida desde julho de 2022. Por último, tanto o setor terciário como o secundário estão mais otimistas com o cenário para os próximos 12 meses e esperam mais investimentos, demanda, campanhas de marketing e melhora nas cadeias de suprimentos.
Apesar da trajetória crescente dos PMIs ao longo do primeiro trimestre e agora no início do segundo trimestre, a economia americana parece não corresponder com os indicadores, algo que foi refletido pelo PIB muito abaixo das expectativas.
Dito isso, devemos manter cautela diante dos dados positivos, principalmente porque o momento é de desaceleração e as novas instabilidades no sistema bancário, bem como o último aumento de juros no país devem exercer ainda mais pressão sobre a atividade econômica e gerar desconfiança.
Portanto, entendemos que os resultados não estão alinhados com o cenário atual e podem estar sofrendo interferência de alguns subindicadores, como o tempo menor de entrega dos fornecedores, de modo que ainda entendemos que os EUA devem confirmar uma recessão em 2023.