Fala, pessoal!
Hoje, dando continuidade a nossa abordagem sobre os Market Makers, falaremos sobre como se defendem dos movimentos do mercado no dia a dia, lembrando que o negócio deles não é ganhar dinheiro com o direcional de nenhum papel e sim simplesmente obter resultado com a negociação de spreads (diferença de compra e venda).
O Market Maker, como intermediário no mercado financeiro, enfrenta riscos significativos na compra e venda de ativos financeiros. Ele está exposto a flutuações nos preços dos ativos subjacentes e precisa gerenciar esses riscos para proteger suas posições e garantir a lucratividade a longo prazo.
Uma das principais estratégias que o Market Maker usa para gerenciar seus riscos é conhecida como delta hedge. O delta é uma medida da sensibilidade do preço de uma opção em relação ao preço do ativo subjacente.
Por exemplo, se o preço do ativo subjacente aumenta, o preço da opção também aumentará, e o delta indicará quanto a opção aumentará em relação ao aumento do preço do ativo subjacente.
Ao fazer o hedge, o Market Maker compra ou vende a quantidade adequada de ativos subjacentes para neutralizar o delta de suas posições de opções. Isso significa que, independentemente das flutuações nos preços dos ativos subjacentes, o Market Maker estará protegido contra grandes perdas em suas posições de opções.
Por exemplo, se um Market Maker vendeu uma opção de compra, ele precisaria comprar a quantidade adequada de ações subjacentes para neutralizar o delta da posição.
Se o preço da ação subjacente subir, o delta da opção de compra também aumentará, mas o Market Maker estará protegido porque o aumento no valor da opção será compensado pelo aumento no valor das ações subjacentes.
O delta hedge é uma técnica sofisticada que requer o uso de modelos matemáticos complexos para determinar a quantidade adequada de ativos subjacentes que devem ser comprados ou vendidos para neutralizar o delta de uma posição de opções.
O Market Maker precisa atualizar constantemente sua estratégia de delta hedge para refletir as mudanças nas condições do mercado, como mudanças nos preços dos ativos subjacentes e nas expectativas do mercado.
Importante ressaltar que mesmo o delta hedge não é uma técnica perfeita e não isenta os Market Makers de riscos. Podem ocorrer flutuações tão drásticas nos preços dos ativos subjacentes que o Market Maker não conseguirá se proteger totalmente usando o delta hedge, caso que pode gerar perdas para o Market Maker.
Sendo assim, ele pode aplicar outras técnicas que se complementem e possam mitigar seus riscos.
Além do delta hedge, os Market Makers também podem usar outras técnicas de gerenciamento de risco, como o uso de stop loss, limites de posição e modelos de risco de portfólio para garantir que seus riscos estejam adequadamente diversificados.
O stop loss é uma ordem de venda que é acionada automaticamente quando o preço de um ativo atinge um determinado nível, limitando as perdas em uma posição. Os limites de posição ajudam a garantir que o Market Maker não esteja exposto a um único ativo ou setor, diversificando suas posições em diferentes classes de ativos.
Os modelos de risco de portfólio são usados para avaliar o risco total de todas as posições em uma carteira de investimentos. Eles ajudam o Market Maker a entender como as mudanças nas condições do mercado podem afetar o desempenho geral de suas posições. Esses modelos são especialmente úteis quando o Market Maker lida com um grande número de posições em diferentes classes de ativos.
Assim, vamos entendendo cada vez mais a forma de atuação desta personagem fundamental para o mercado e os impactos de suas posições e movimentos em cada ativo.
No próximo e último artigo desta série, falaremos da exposição em Gamma dos Market Makers e como essa informação pode ser um diferencial para o sucesso de nossas operações com opções.
Não percam! Até lá.