“O segredo está no sizing”, diz Daniel Braga, sócio-fundador da BRA

“Comece operando swing trade ao invés de day trade. Se você está analisando gráficos, dê preferência ao tempo diário ao invés do intradiário.” 

É o conselho aos aspirantes a day trader de Daniel Braga, sócio fundador da BRA e agora CGO BRA BS/, no primeiro episódio da série Entrelinhas do Day Trade. Quem contrariar as diretrizes e optar logo de cara pela procura de padrões de análise técnica no gráfico intradiário “vai ficar cheirando tela o dia inteiro e vai perder tudo”, enfatiza.

As recomendações surgem do conhecimento de causa. Daniel opera na bolsa de valores desde 2005 – à época, com alocação integral do patrimônio em day trade. Hoje, a modalidade corresponde apenas a uma pequena parte do portfólio de investimentos, mas ainda é o centro das atenções. O processo de rebalanceamento do portfólio “fez parte do meu amadurecimento como investidor”, menciona. 

“Day trade de fato é uma coisa que não é para todo mundo, não é todo mundo que consegue, assim como passar para juiz. […] Aguentar 5 a 6 anos de perdas, não é qualquer um que aguenta.” (Daniel Braga)

A trajetória inclui não apenas estudo de indicadores técnicos, mas também a leitura contínua de notícias e relatórios de análise. Nesse contexto, Daniel prefere estudar com o mercado fechado. “No calor do mercado, você ‘entrar’ e estudar é complicado ‘pra caramba’”. 

Às entrelinhas 

A alavancagem está para Daniel Braga como a água fria para o gato escaldado. “Alavancagem é o inimigo do trader”, o segredo para fracassar nas operações de curtíssimo prazo. Novamente, ele fala com embasamento: a experiência de quem perdeu tudo na bolsa de valores em dois momentos distintos da trajetória como investidor. 

O primeiro tombo acompanhou o mercado mundial. Em 2008, Daniel operava opções. Aliás, “não operava opções. Eu resolvi operar no meio da crise”. Entretanto, os dois anos seguintes se caracterizaram pela maior rentabilidade já obtida pelo trader. 

“Já quebrei. Faz parte do processo.” (Daniel Braga)

Em outra reviravolta, Daniel quebrou de novo entre 2011 e 2012. “Aí, foi por excesso de alavancagem mesmo”, e daí surge sua principal advertência e estratégia de operações. “O segredo está no sizing”, isto é, o tamanho da posição assumida no trade. 

“Até hoje, minha trajetória como trader é extremamente ganhadora porque eu estou acostumado a operar ações, com alavancagem baixa, e operar o tempo todo”. O índice de acerto, comenta, é de 50%, de modo que os lucros compensam as perdas.