O Ibovespa registra instabilidade e opera em queda leve nesta segunda-feira (01). A aceleração dos ganhos na Bolsa de Nova York deu fôlego ao índice e o indicador passou a ensaiar uma recuperação, depois de ter caído até 0,96% mais cedo.
O Ibovespa chegou a registrar máxima de 103.317,48 pontos, com alta de 0,15%. No entanto, o desempenho negativo das ações de empresas de commodities pesou no índice, em especial no caso dos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4), que realizam lucros apoiados na baixa de até 5% nos preços do petróleo. A expectativa dos analistas é de que o índice ande “de lado” pelo menos até quarta-feira (03), dia da decisão de política monetária do Banco Central.
Em queda de 4,20%, as ações Braskem (BRKM5) puxam as principais baixas do Ibovespa neste começo de tarde. O movimento se dá após a petroquímica afirmar que “não conduz eventuais negociações da Novonor e Petrobras para a venda da companhia”. Na sexta-feira (29), a imprensa nacional notificou que foram feitas três ofertas independentes para adquirir parte das ações da empresa. A Petrobras (PETR3; PETR4) e a Novonor (N1VO34) também negaram a informação. Como reflexo, os ativos estão sendo corrigidos, afirma Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, em meio ainda à queda de quase 4% do petróleo no exterior.
Os papéis da Arezzo (ARZZ3) caíram 0,33% e os da São Martinho (SMTO3) recuaram 1,47% nesta manhã, enquanto, as ações da Raízen (RAIZ4) subiram 0,23%, após B3 incluir os ativos na primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa de setembro a dezembro. Contudo, o desempenho hoje não está associado à essa entrada, afirma Julia Monteiro, analista MyCap. “O Ibovespa só deve aumentar fluxo e possibilidade de mais fundos investirem nas empresas”, avalia. “A bolsa brasileira hoje não está muito bem e quem tem mais exposição aos Estados Unidos, como a Arezzo, sente mais os dados macroeconômicos”, diz. Os investimentos em construção nos EUA caíram 1,1% em junho, conforme divulgado mais cedo.
O dólar está volátil e volta a rondar a estabilidade, puxado pela desvalorização da moeda americana no exterior, após sustentar alta moderada no mercado à vista.
O economista-chefe da J.F. Trust, Eduardo Velho, disse que o mercado está sensível à desvalorização do dólar no exterior, mas ajustou posições defensivas na moeda americana pela cautela com a queda do PMI oficial da China abaixo de 50 em julho, indicando contração da economia.
O forte recuo de mais de 4% do petróleo em Nova York há pouco e a queda do minério de ferro na China favorecem a alta do dólar, afirma. Em sua visão, grande parte dos investidores comprou a aposta de que o Fed pode ser moderado na alta de juros à medida que a inflação em julho poderá desacelerar na margem nos EUA, mas outra parcela do mercado ainda enxerga a inflação americana alta por causa do desemprego baixo e da geração de emprego forte e há pressão de custos no país.
“O receio é de que o sinal do Fed menos duro não se efetive”, afirma Eduardo. Internamente, o economista destaca a expectativa de que o Banco Central poderá elevar a Selic a 13,75% nesta quarta-feira (03) e sinalizar o fim do ciclo de aperto, e essa possibilidade abre espaço para o dólar subir, afirma. Além disso, ele afirma que o fluxo cambial estrangeiro está limitado, o cenário eleitoral pode trazer ruídos e o risco fiscal para 2023 é elevado.
🇧🇷 Ibovespa -0,21% (102.952)
💵 Dólar -0,49% (R$ 5,14)
Cotações registradas às 12h40
Commodities
O petróleo estendeu perdas, na esteira das quedas dos futuros de Nova York. O mercado opera de forma mais conservadora após o PMI industrial da China indicar contração do setor em julho, diante da desaceleração econômica no país, que é o segundo maior importador de petróleo do mundo.
O minério de ferro fechou em queda. O mercado à vista passou por leve correção após ganhos robustos na última semana. No mercado futuro, os negócios foram estimulados pelas expectativas de aumento dos gastos com infraestrutura e de resgates ao setor imobiliário na China. No entanto, dados fracos de atividade limitaram os ganhos.
🛢 Brent -4,51% (US$ 99,28)
🛢 WTI -5,64% (US$ 93,06)
🇨🇳 Minério de ferro -0,89% (US$ 113,98)
Cotações registradas às 12h40; minério de ferro referente a Qingdao
(Com Agência Estado)